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domingo, 17 de junho de 2012

Uma simples troca de chuveiro, mudou minha vida

Consegui comprar o chuveiro para arrumar minha vida, meu tempo e a temperatura, agora o mais difícil de tudo. Meses se passaram desde que eu sabia que precisava arrumar o chuveiro. Sabia que a solução encontrada invadirá meus espaços, sabia que queria mudar. Mas as coisas certas demoram a se instalar. Em compensação o improviso? Há o improviso, tem uns que ficam para sempre. E antes que o nunca se acabe, aconteça, fui comprar. O Chuveiro.
Encontrar a pessoa certa para fazer a instalação, foi um dos argumentos para que eu demorasse a comprar o chuveiro, agora ele esta aqui...
Por isso, parece que o mais difícil está por vir!
Assim como nas nossas relações, o difícil e fazer as instalações, cada um tem uma resistência e resistências diferentes nem sempre são compatíveis. As temperaturas próprias de cada relacionamento o tudo dos relacionamentos e cada um há seu tempo.
De qualquer maneira preciso instalar meu chuveiro e para isso estou esperando chegar um encanador conhecido do rapaz de bicicleta que é amigo da vizinha que é mãe do amigo do, bem um total desconhecido, vamos esperar.
Enquanto isso vou adaptar minha tarde de domingo, aguardando a pessoa certa chegar. Realmente espero não perder meu domingo ou talvez eu até ganhe, afinal a tarde está tão bonita, propicia para cuidar de mim e da minha casa.
Enquanto escrevia, parte da arrumação do meu tempo -  bateram palmas no portão.
Ufa.
Não foi tempo perdido!!! parece que teremos banho quente e o fim do vazamento!
Com o apoio da minha filha, um pedreiro encanador desconhecido e de quebra ganhei sorrisos de vizinho queridos, sem contar que o moço da bicicleta parecia ser amigo de infância.
 Em fim algumas instalações são de uma vida inteira e nunca se acabam.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Outra maneira de encarar a chuva.

Minha única opção nesta manhã era encarar a chuva e o transito de São Paulo.

No entanto meu pensamento foi desviado pelo meu olhar, foi desviado pelo número imenso de guardas chuvas e sombrinhas colorindo e dançando na manhã fria e chuvosa de São Paulo.


Desvio meu olhar do transito intenso e moroso, me pego olhando para uma sombrinha dourada com estampa de onça e ao invés de encontra uma moça se guardando da chuva dou de encontro com um homem muito magro, negro, com bigodes já grisalhos, terno preto e surrado, cara de investigador de bares noturnos antigos aonde iam à busca de moças para o prazer, olho em volta e acho que tenha saído do prédio antigo à frente, bem desenhado, olho para o segundo andar e vejo o neon verde e vermelho do sex shopping. Nova sombrinha me chama atenção, desta vez com as cores do arco-íris, uma dessas que se vende nas esquinas de grande transito na capital, ela protegia da chuva um rapaz sarado de camiseta cavada. Começo a imaginar a vida de cada passante e seus guarda-chuvas.


Os casais aproximando seus corpos quentes embaixo da mesma sombrinha; a mulher elegantemente vestida para enfrentar a chuva com a sombrinha da moda; o rapaz de terno e gravata com seu guarda-chuva preto. Sem guarda-chuva somente os operários da rua com suas capas amarelas, e as mãos ocupadas pelas grandes vassouras que varem as folhas, os papeis molhados, as pontas de cigarros a sujeira das ruas com a água da chuva.


Saiu desse devaneio, e volto o olhar para o transito, assustada pelo toque da buzina que vem despertar meu pensamento: as mulheres são mais precavidas que os homens, sempre têm uma sombrinha a mão, ou na bolsa dispostas a partilhar sua proteção.


A chuva aumenta e entre o cuidado com os carros e a curiosidade aguçada em ver a dança das sobrinhas me deparo com um pobre coitado cuja única proteção é uma sombrinha com quatro varetas quebradas expostas a chuva e o pano enrugado que deixa passar a chuva e vai molhando seu corpo preparando o para um dia de trabalho úmido e frio, e assim meu olhar se desvia para uma e outra e mais outra sombrinha e mais outra e mais outro...  A cada trajeto que eu cumpria a chuva aumentava e era amparada por tecidos xadrez, florais, listrados, lisos, e debaixo da chuva a dança continua.


Sigo e chego, e com a minha sombrinha amarela e dourada começo a fazer parte da dança na chuva e ser olhada de dentro dos carros curiosos.