O cheiro que exalava de seu corpo era horrível, nem por isso
deixava de ser humano. Suas unhas mais pareciam garras de tão longas duras e
sujas, seus cabelos embaralhados e longos escondiam parte de seu rosto sujo e
inchado de longos dias e noites de bebidas e drogas usadas para ocupar o tempo,
tempo que tinha de sobra e que de nada valia.
Muitos passavam e mesmo olhando não o viam, nem ele se via
no meio de tanta solidão e sujeira que com o tempo deixou de incomodar e a
fazer parte de seu corpo de sua pele, uma espécie de couraça que o protegia do
sofrimento e do abandono. Abandono que ele mesmo deixou acontecer por medo de
enfrentar a si mesmo e buscar alternativas.
E pensar que tudo aconteceu tão de repete, de repente como o
amor que pensou que era para sempre.
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