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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Eu não posso me perder em minha própria vida... como eu perdi a imagem do Ingá.

I
Nasci depois de muitas dúvidas da minha mãe se era isso que deveria acontecer, mas como Deus era quem ditava suas regras em sua vida, cheguei, com acordos familiares de sustentação e controle dos próximos nascimentos. Era a segunda das mulheres de uma expectativa de um filho homem, que só chegou depois de seis longos anos e outra filha mulher no meio. Mas por mais que se tenha pensado que não iria influenciar na minha vida este momento de geração gestação e nascimento trouxe fagulhas até hoje.
Poucos amores foram suficientes para reparar as marcas.
Não muitos amores não foram capazes de reparar as marcas e hoje, sentada em pleno 2009, ou melhor, nas portas de 2010, essa falta de amor ainda gruda nas minhas reações, ou falta de reações.
Retardar minhas lembranças por escrito não resolveu. Várias horas de terapia não resolveram um grande amor... Ainda não tive, será que vai resolver?
Bem mas o fato que me traz aqui começa em um jardim cercado de muros brancos, varias árvores de frutas e lá no meio, bem no meio um pé de Ingá, fruta amarela, doce, pouco carne e muito caroço. Pelo menos essa era a imagem que me vinha à mente cada vez que voltava aquele jardim, bem recentemente descobri que não era bem assim. Do mesmo modo como minhas lembranças se perdiam com o tempo o fruto também havia se perdido. É tão forte essa lembrança vaga que do contraditório de não lembrar fica a saudade, a falta de raízes perdidas e expostas como uma grande árvore que com o medo do forte vento que pode derrubá-la.

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