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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Solitude

Minha Solitude me permite tudo
Permite-me a nudez desaforada
Permite-me criar a vida de varias maneiras
A fantasia
O rigor da conduta
A triste apaixonada
A alegria
A tristeza vazia
A felicidade infinita do grande amor
O amor imenso
Olhar para mim mesma
Olhar para o depois
Fechar os cantos da boca para os comentários
Cantar alto e recitar poesias
Os prazeres dos vícios
Delirar
Fantasiar
Todo o silêncio
Beber num vinho a homenagem
Beber na cerveja a comemoração
Beber a água da chuva, tomar o banho da chuva, tomar o banho do sol e da lua
Tirar as impurezas dos cantos,
Iluminar os espaços
Chorar

Rir

Lamentar

Gargalhar

Apaixonar-me inteiramente
Desistir do grande amor
Criar

Destruir

Desistir da Solitude é voltar para a multidão é perder a liberdade de tomar o banho de porta aberta, esquecer a toalha e sair pingando pelo chão até deparar com ela se enrolar e deitar para assistir TV.

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